quarta-feira, 20 de abril de 2016

Sai Brian Johnson, entra Axl Rose... Porque?

O vocalista Brian Johnson, substituído por Axl Rose no AC/DC, publicou a seguinte mensagem online:

Como os fãs sabem, os shows da Rock Or Bust World Tour, incluindo os dez adiados nos Estados Unidos, estão sendo reagendados com um vocalista convidado. Quero explicar pessoalmente, pois sinto que os releases não foram suficientes no sentido de explicar a situação às pessoas.

No dia 7 de março, após uma série de exames conduzidos por profissionais, fui advertido que poderia ficar totalmente surdo se continuasse me apresentando em espaços grandes. Minha perda parcial já estava interferindo na performance. Não ouvia as guitarras, o que poderia comprometer tudo, algo que minha consciência não permitiria. Nossos fãs merecem o mais alto nível. Se não posso entregá-lo, não quero desapontar ou envergonhar os outros membros da banda. Não sou um cara que desiste das coisas. Gosto de terminar o que comecei. Porém, os médicos deixaram claro que não tinha chance, precisava parar. Foi o pior dia de minha vida musical.

Desde aquele dia, passei por várias consultas. Parece que, em um futuro próximo, não poderei me apresentar em arenas e estádios, pois o volume vai além da minha tolerância, oferecendo riscos. Fiz o melhor que podia, apesar da dor. Mas se tornou demais. Me sinto dilacerado, mais do que podem imaginar. A experiência emocional que sinto neste momento é a pior pela qual já passei. Fazer parte do AC/DC, gravar discos e me apresentar diante de milhões de fãs devotos nos últimos 36 anos foi meu trabalho. Não consigo imaginar minha vida sem isso, mas não tenho escolha. Garanto que estarei com a banda em todos os futuros shows, senão pessoalmente, em espírito.

Mais importante, me sinto terrível por desapontar quem comprou entradas para os shows cancelados e apoiaram a mim durante todo este tempo. Palavras não podem expressar minha gratidão, pelas palavras que tenho recebido. Agradeço a Angus e Cliff pelo apoio. Finalmente, quero assegurar que não estou me aposentando. Os médicos disseram que posso continuar trabalhando em estúdio e pretendo fazer isso. Por hora, meu foco é continuar o tratamento para a audição. Espero poder voltar a me apresentar ao vivo em algum momento. Embora seja uma possibilidade incerta, minha atitude é otimista. Apenas o tempo dirá. Novamente, meus sinceros bons votos e agradecimentos pelo suporte e compreensão.

Com amor, Brian

sábado, 9 de abril de 2016

Mantenha vivo o “Cumprimento Biker”

Historicamente, os motociclistas fizeram parte de uma raça caracterizada por seu feroz individualismo. Suas motos geralmente refletem seu caráter individual e eles continuam a rodar mesmo quando outros ao seu redor não conseguem entender por que alguém iria querer locomover-se sobre duas rodas, completamente exposto, quando poderia estar confortavelmente envolto em uma “gaiola.”
Essa diferença na escolha pessoal levou motociclistas em toda parte a sentirem um forte senso de comunidade; todos em duas rodas sentiram-se conectados, não interessando se sua moto era uma Harley ou uma Honda. Este sentimento de conexão foi muitas vezes manifestado com o “cumprimento biker” (biker wave, em inglês). Você ainda o vê na estrada: dois pilotos ao se aproximar, darão um ao outro um aceno despretensioso com a mão, reconhecendo a irmandade de estar ao vento
Geralmente, quando um motociclista para no acostamento, outras motos costumam param ou ao menos diminuir a sua velocidade para ver se o amigo piloto precisa de uma mão. Pelo menos é assim que costumava ser.
No ano passado, em meu caminho para o Reading Motorcycle Club Rally em Oley, Pensilvânia, minha moto sofreu uma pane elétrica e morreu na Route 422, a apenas 15 minutos de distância do evento. Fiquei impressionado com o fato de que, pelo menos uma dúzia de motos passou por mim e sequer um motociclista parou ou diminuiu para ver se eu precisava de ajuda. Finalmente, um ex-motociclista que estava em uma pick-up parou e me deu uma carona para a cidade para que eu buscasse ajuda. Talvez este foi apenas um acaso estatístico. Talvez a sorte não estivesse a meu favor nesse dia.
Mas eu acho que há algo a mais acontecendo em nosso mundo. Na semana passada eu fiz um passeio através do país Amish, no sudeste da Pensilvânia. Acenei para os dois primeiros motociclistas que vi, e nenhum deles acenou de volta. Então comecei a contar. Das oito motos seguintes, apenas dois pilotos acenaram. Será que isso significa alguma coisa? Caramba, eu estava andando na minha nova Harley – e  a maioria dessas motos também eram Harleys! O sociólogo em mim me diz que há um significado maior para este fenômeno.
Vivemos em uma cultura caracterizada pelo alto individualismo. As pessoas realmente acreditam que são os indivíduos que fazem este mundo grande, e não os grupos e equipes de pessoas que trabalham em conjunto. Eles acreditam que não precisam de ninguém além deles mesmos para sobreviver. E quando eles ou outros ao seu redor têm problemas, eles acreditam que o indivíduo é quem tem totalmente a culpa. Eles falham ao ver como esses problemas pessoais estão, de fato, ligados a questões sociais maiores. Todo o mito do individualismo, que é tão forte em nosso país, está levando muitas pessoas por um triste caminho de estilos de vida alienados e isolamento social.
Dados de pesquisas recentes mostram que cada vez mais as pessoas dizem não ter em suas vidas alguém com quem conversar sobre problemas pessoais. Em vez disso, eles se voltam para psiquiatras e psicólogos. Um estudo mostra que em meados da década de 80, uma pessoa comum relatava que tinha pelo menos três confidentes pessoais; hoje em dia este número já está próximo de zero, ou seja, estamos mais sozinhos.
Andar de moto nos proporciona uma oportunidade única, tanto para expressar nosso individualismo, quanto para abraçar a comunidade de motociclistas e todos os bons trabalhos que eles fazem ao longo do ano. Andar de moto também é sobre a comunidade. Não se esqueça que, ao desfrutar o doce aroma de rodar contra o vento, é a sua comunidade que te acena quando outro piloto se aproxima. Reconheça-o, deleite-se desta sorte, abrace-a e sinta orgulho. E não se esqueça de acenar de volta.