domingo, 5 de maio de 2013

Myrtle Corbin , a “Mulher de Quatro Pernas”.

Sua deformidade era resultado de uma forma rara de gêmeos siameses conhecida como dipygus. Da cintura para baixo, ela tinha tudo duplicado, possuindo duas pequenas pélvis, cada uma com uma perna emparelhada às suas pernas normais. Ela conseguia mover suas pernas menores, mas não conseguia andar sobre elas. Myrtle não podia se locomover nem ficar em pé sozinha. Possuía também duas vaginas, consequentemente dois sistemas reprodutivos. Suas menstruações ocorriam simultaneamente nas duas vaginas, diferentemente dos seus dois ânus, nos quais ela conseguia defecar em momentos distintos.


Josephene Myrtle Corbin nasceu nos Estados Unidos em 1868. Em algum momento do desenvolvimento de uma gravidez de gêmeos, os óvulos fecundados não se separaram completamente e foram crescendo unidos em um determinado ponto, dando origem a umdípigo: uma criança com dois corpos da cintura para baixo. No caso de Myrtle, ela tinha duas pélvis com aparelhos excretores e reprodutores independentes, além de quatro pernas. Isso foi o suficiente para fazer dela um dos casos mais bem-sucedidos financeiramente na história das aberrações vitorianas.

Para aumentar seu apelo comercial, Myrtle vestia saias até o joelho e usava meias e botas combinando nas quatro pernas, o que impressionava as audiências. Podemos medir isso pelo seu saldo bancário: Myrtle era popular a ponto de conseguir ganhar 450 dólares semanais, o que era uma verdadeira fortuna na época.

O mais impressionante não é sua trajetória dentro dos circos, mas o que aconteceu depois. Aos 19 anos, ela se casou com um médico, Dr. Bicknell, com quem teve cinco filhos: três de um útero e dois do outro.

Ficou famosa também por ser fotografada por Charles Eisenmann, um fotógrafo alemão que ficou famoso por retratar pessoas com deformidades que se apresentavam em freak shows novaiorquinos no final do século XIX. Seu trabalho era vendido no formato de “cartão de gabinete” e reunia imagens de mulheres barbadas, siameses, casos de androginia, gigantismo, nanismo e outras anomalias genéticas. Eisenmann produziu cerca de 700 retratos que incluem Jojo, o Garoto com Cara de Cachorro (jovem russo que sofria de hipertricose, doença genética que causa excesso de pelos no corpo) e Myrtle Corbin.

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