Distribuidor: Eidos Interactive
Programador: Rocksteady Studios
Plataforma: Playstation 3 (PS3)
Há 70 anos nascia um dos maiores super heróis da história dos quadrinhos: Batman. Mais de sete décadas depois, o Homem-Morcego ganhou a fama não só nas HQ como no cinema, brinquedos, televisão e, obviamente, nos videogames. Os números de jogos lançados ultrapassam a marca dos 20 diferentes títulos, muitos de qualidade duvidosa, outros bons, mas ainda faltava o jogo definitivo. Aquele que realmente mostra o potencial do cavaleio das trevas, que faz até o incrédulo especialista do herói sorrir maravilhado. A espera acabou com o lançamento de Batman Arkham Asylum.
Paul Dini, roteirista das animações da DC Comics, foi o responsável pelo roteiro do jogo e provou com maestria que também entende de videogame criando uma obra prima. De longe: Arkaham Asylum é o melhor jogo do super herói e quiçá o melhor jogo baseado em uma franquia de quadrinhos.
É o Curinga, Batiman!
Batman está a caminho da prisão/manicômio onde o Coringa está prestes a passar uma longa temporada afastado das ruas, junto com diversos outros inimigos que foram parar lá. O Cavaleiro Negro, desconfiado que o vilão foi pego muito facilmente, acredita que alguma coisa está sendo armada e resolve acompanhar a prisão para certificar que nada aconteça. Claro que ele estava certo. Coringa armou tudo e transformou o manicômio em um verdadeiro circo do terror. Este é o pano de fundo para a aventura e está tão bem emaranhada com a ação do jogo que passa a real sensação de imersão nos acontecimentos.
A tarefa não é simples. A aventura em terceira pessoa tem diferentes momentos de jogabilidade que vão da ação alucinante até momentos de tensão lembrando bons jogos de “stealth” como Metal Gear e Splinter Cell. Depois de poucos minutos jogando, fica a certeza que comprar Batman é levar mais do que um jogo para casa.
Dominar os controles não é um mistério, uma vez que novas habilidades e armas são adicionadas aos poucos durante o desenrolar da trama de forma homeopática, dando tempo para assimilar as novidades sem comprometer a jogatina. Como de praxe nos jogos mais recentes, Batman pode adquirir pontos de experiência sempre que derrota um inimigo ou resolve um puzzle. Estes pontos são convertidos em habilidades destraváveis que lembra muito as de Fallout 3, dando a possibilidade de moldar o herói com o que lhe convém. É possível focar apenas em força e defesa, criando um personagem imbatível nos combates corpo-a-corpo, executando combos simples, mas digno dos melhores jogos de luta.
Vale falar da precisão dos combos. Mesmo não executando no timming mais correto, o sistema assimila o pressionar de botões e executa as ações corretamente, despreocupando quem nunca se deu bem em pressionar rápido e corretamente os botões. Isso sem contar as outras habilidades sensacionais que incluem voadoras a longa distância, batrangs nocauteadores e até ficar de cabeça para baixo, como um morcego de verdade, esperando sua presa passar. Nenhum jogo anterior passa a real sensação de ser o Homem-Morcego. Tudo que compõe Batman e seu universo está fielmente representado em Arkham Asylum.
Durante os combates, a surpresa fica por conta da câmera dinâmica que acompanha o personagem e se movimenta sempre procurando o melhor ângulo, evitando pontos cegos ingratos durante a batalha e que podem custar valiosos pontos de vida.
Por mais banal que uma luta possa parecer, a combinação de combos, somada com os closes e câmeras lentas durante o desfecho e às finalizações cinematográficas, torna tudo mais emocionante. Executar uma seqüência complicada e derrotar, de uma só vez, três ou quatro inimigos é uma das sensações mais gratificantes em Arkham Asylum.
A presença do Batman bota medo nos inimigos. Todos ficam inseguros quando têm que combater um herói tão parrudo, mas não é por isso que vão dar mole. A inteligência artificial é alta e, muitas vezes, por mais idiota que os inimigos pareçam, conseguem arquitetar a melhor forma para ir contra o herói. Para dar uma ajudinha, eles ainda dispõem do ambiente, usando canos, latas e o que for para arremessar contra o Homem-Morcego. Nada muito complicado, afinal o objetivo deles é ser um contratempo até a chegada dos grandes vilões -- estes sim nada fáceis de abater.
Santo Gráfico, Batman!
Um cenário muito sombrio e decadente está representado fielmente na parte gráfica. É uma surpresa, e prova que o Unreal Engine 3 ainda tem muita forma e facilidade de se adaptar aos jogos mais modernos. Todos os cômodos, salas e corredores estão bem representados e recheados de detalhes. Não existem salas vazias. Pequenos utensílios ficam espalhados pelo chão e pelas mesas enriquecendo o cenário.
Porém ainda existem imperfeições. Ao entrar em salas sobrecarregadas de texturas, elas demoram um pouco a serem carregadas e os personagens, principalmente durante os closes faciais da história, parecem plastificados e estáticos demais. Este último problema ocorre apenas nas poucas CGs e desaparecem quando os personagens se movimentam. São pequenos detalhes possíveis de serem notados mas que não ofuscam o brilho de Batman: Arkham Asylum.
A qualidade das vozes se dá graças ao alto escalão designado para o jogo. Paul Dini fez questão de chamar os mesmos dubladores da série animada, por isso quem teve a oportunidade de ver o desenho original vai reconhecer as vozes muito bem alinhadas com a parte gráfica, e sincronização labial extraordinária. Mark Hammil, o Luke Skywalker de Star Wars, interpreta de forma doentia o Coringa e, acredite, é assustador ouvi-lo rindo e fazendo piadas.
A trilha sonora é outro elemento que faz a dobradinha perfeita com os cenários sombrios e decadentes. Em momentos como nos esgotos, onde a habilidade com os controles e a total ausência de inimigos está presente, a música coroa ainda mais a tensão por não saber o que o aguarda logo à frente.
Arkham Asylum não é curto, ainda mais para quem busca por extras e exploração de ambientes em troca de algumas conquistas e troféus. Isso tem aos montes aqui. Troféus foram escondidos pelo Charada e encontrá-los nem sempre é fácil. Fora as charadas que ficam soltas pelas diferentes á reas e, para desvendá-las, é necessário quebrar a cabeça e focar com precisão no que foi pedido. Em troca, não só conquistas são desbloqueadas: extras com biografias de todos os personagens do universo do Batman ficam disponíveis para quem não conhece muito a história do super herói, e há também os “challenges”, que são desafios extras que não influenciam na história, mas que somam no quesito longevidade.
Não há como negar que Batman: Arkham Asylum é o melhor título já produzido para esse herói. Todos os elementos do universo Batman e traços da personalidade do herói e vilões estão fielmente representados, criando uma conexão muito convincente e dando a sensação de se estar na pele do Cavaleiro das Trevas. E quando tudo termina, fica a vontade de jogar novamente com a desculpa de pegar os itens restantes, ou apenas para ser Batman por mais algumas horas.
PRÓS
- Gráficos sensacionais, pouco vistos nos consoles;
- Agrada até quem não é fã de quadrinhos;
- Universo do Batman fielmente representado;
- Roteiro primordial.
CONTRAS
- Pequenos deslizes com carregamento de texturas e personagens plastificados;
Texto de Pablo Rozados
Um comentário:
Grande Bob querido filho!!!!
Jogão mesmo esse Batman, joguei pro PC, agora que tenho o Xbox, estou esperando o novo título ansioso.
O sistema de luta ficou show, depois que zerei o jogo, fiquei fazendo os extras nas salas repletas de capangas, demais heheheehehe
Abraços
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