Apesar da ideia inicial ter sido de uma bolinha de gude no ânus, foi inviabilizada devido a problemas técnicos, pois a bolinha não parava e caia rolando costas abaixo. Tentavam-se novas posições e nada da bolinha estacionar. Quando enfim conseguiram, mesmo que algumas fotos tenham ficado boas, era evidente do que se tratava. Os diretores de arte da agência ficaram desolados e pediram uma nova tentativa. Dessa vez a bolinha foi colocada na boca da modelo. Os lábios contraídos formaram frisos que em muito se pareceram com o que deviam parecer. Uma única série de cliques bastou então para, finalmente, realizar a idéia de Pignatari.
Por ironia, logo após Todos os Olhos, Tom Zé caiu em ostracismo e quase encerrou sua carreira. Em 1990, o americano David Byrne, descobriu o baiano. Produziu, então, o CD The Best of Tom Zé: Massive Hits e lançou-o nos EUA. Seria o início da retomada artística de Tom Zé, em franca atividade e produção até hoje. No encarte desse CD, tornou-se pública a explicação do que está na capa de Todos os Olhos.
A transgressão virou troféu e Tom Zé tornou-se cult. E o olho, róseo, pode enfim ser entendido como tal. E é uma das capas mais premiadas da música brasileira.
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